sexta-feira, 28 de maio de 2010

Sem título...

Sinto-me a vaguear num mundo....Talvez porque preciso ter um mundo meu, onde posso ser-me na totalidade!
Neste, há coisas que me fazem pensar demais....Questionar as coisas a cada segundo.
Será que sou exigente demais??....Ou serei apenas eu que abuso nas espectativas em relação aos outros? Fica aqui a pergunta para mim...

Acabo com esta frase...

"O que antecipamos raramente ocorre; o que menos esperamos geralmente acontece..."

quarta-feira, 3 de fevereiro de 2010

Tenho Tempo...


Saí, Senhor

Lá, fora os homens saíram

Iam; Vinham; Andavam; Comiam; As bicicletas corriam; Os automoveis corriam...

... Corriam, no encalço do tempo

para recuperar o tempo

para ganhar tempo

Até logo, desculpe me, n tenho tempo

Passarei outra vez, não posso esperar - n tenho tempo

Termino aqui esta carta - n tenho tempo

Queria tanto ajudar - mas n tenho tempo

Não posso aceitar por falta de tempo

Não posso reflectir, nem ler, ando assoberbado - n tenho tempo

Gostaria de rezar - mas... n tenho tempo

Compreendes, Senhor, Eles n tem tempo

...Assim correm todos os homens

atrás do tempo, Senhor

Passam correndo Terra

Apressados;

Atropelados;

Sobrecarregados;

Enlouquecidos;

Assoberbados.

Nunca chegam, falta lhes tempo

Falta lhes mesmo tempo

Com certeza, Senhor, erraste os calculos

Há um engano geral

Horas curtas demais

Vidas curtas de mais

Tu que estás fora do tempo, Senhor

Sorri ao ver nos assim brigar com eles,

E sabes o que fazes.

Não te enganas quando distribuir o tempo

A cada um dás o tempo de fazer o

que queres que faça.

Mas é preciso n perder tempo

Não esbanjar tempo

Não matar tempo

Pois o tempo é um presente que nos dás

Presente perecível

Que n se conserva

Tenho tempo, Senhor

Tenho todo o meu tempo

Todo o tempo que me dás

Os anos da minha vida,

Os dias dos meus anos

Os minutos dos meus dias

São todos meus,

Cabe me preenchê-lo

Tranquilamente,

Calmamente,

Mas intereinhos até à borda

... Nesta noite eu n te peço, Senhor,

O tempo de fazer isto e depois aquilo

Peço te a graça de fazer, conscienciosamente

No tempo que me dás

O que queres que eu faça


de Michel Quoit...


Eu sou a primeira pessoa a dizer que o dia deveria ter mais de 24h, deveria ler isto todos os dias e reflectir nos meus dias...

Luna

quinta-feira, 28 de janeiro de 2010

Texto retirado do Blog "O Incrível" Greve dos Enfermeiros

"Greve dos Enfermeiros
Quem me conhece sabe que, por princípio, sou contra as greves laborais (aqui). Sendo um direito dos trabalhadores, inalienável, sabemos que muitas vezes é usado pelas centrais sindicais essencialmente como um instrumento de mobilização e de agitação laboral e, por isso, nem sempre pelos melhores princípios.
Grande parte das vezes temos a percepção que a utilização do instrumento "greve" serve na essência os propósitos da chamada esquerda comunista e da extrema-esquerda. Estou obviamente a referir-me aos chamados partidos de "contra-poder", que por vezes servem essencialmente para agitar de forma controlada as grandes massas de trabalhadores com propósitos única e exclusivamente políticos.
Dito isto, e como não há regra sem as boas excepções, não posso, desta vez, deixar de estar de acordo com a greve anunciada pelos Enfermeiros Portugueses. As razões para esta greve são múltiplas e nunca como agora estes profissionais de saúde tiveram tantas razões para se manifestar.
Sendo uma das profissões mais relevantes na prestação dos cuidados de saúde pela efectivação diária dos seus múltiplos e diferenciados desempenhos, em todas as instituições de saúde (e só quem necessitou alguma vez na sua vida de cuidados diferenciados de enfermagem consegue dar a devida relevância ao que acabei de afirmar), temos assistido ao longo da última década a uma tentativa progressiva mas intencional, por parte de variados governos no "Poder", para a diminuição do prestígio destes profissionais.
Sabendo que nos últimos anos os profissionais de enfermagem, em geral, foram capazes de fazer um enorme esforço de adaptação aos padrões de exigência de uma sociedade moderna, exigia-se por parte dos órgãos de poder mais consideração e atenção aos problemas desta relevante profissão.
Ninguém hoje duvida que uma das profissões que mais esforço fez nos últimos 15 anos para aumentar os seus níveis de formação académica e, consequentemente, aumentar as suas competências profissionais foram os enfermeiros. E, neste ponto, estou a falar particularmente dos 2º e 3º ciclos de estudos superiores. Não me refiro aos já vulgares níveis de Licenciatura ou chamados de 1º ciclo. Quem conhece os meios académicos sabe que é extremamente vulgar encontrar alunos licenciados em enfermagem nos chamados 2ª e 3º ciclos de estudos superiores. O que revela o profundo interesse destes profissionais na melhoria da sua formação científica e profissional.
No entanto, e apesar da descrição anterior, ao longo destes anos, o poder político em geral não foi capaz ou não quis reconhecer mérito a este grupo de profissionais. Para além destes, outros conhecidos grupos de pressão tudo fizeram para que, dentro e fora das instituições de saúde, a autonomia e o potencial de decisão aos profissionais de enfermagem fosse progressivamente diminuindo. Como exemplo basta lembramo-nos da lei de gestão hospitalar que alterou a presença destes profissionais nos Conselhos de Administração e em Órgãos de decisão.
Nada disto faz qualquer sentido e dificilmente se conseguem explicar estes acontecimentos, especialmente pelos problemas conhecidos e sempre presentes neste sector. Para quem não entende o que quero dizer basta dar um exemplo: avaliem o último indicador que referencia a dívida pública dos hospitais. Já alguém fez ou ousou fazer um estudo que permita avaliar o valor das perdas pelo não aproveitamento do conhecimento instalado destes profissionais nas organizações de saúde? Deixo a sugestão a todos.
Todos os dias ouvimos notáveis deste país a apelar, e bem, à necessidade de formação académica e profissional dos trabalhadores portugueses. Todos os dias os ouvimos falar sobre a importância do "know-how" para os trabalhadores e para as empresas. Sabemos a relevância do conhecimento para o sucesso das organizações e para a melhoria da competetividade do nosso país. Ninguém coloca hoje em dia estas ideias de lado e quase ninguém fala de outra matéria nos media.
No entanto, quando objectivamente se pode avaliar e verificar todo o esforço de uma profissão na melhoria da sua formação científica e profissional ao longo de mais de uma década, assistimos em sentido inverso a uma tentativa de "destruição" dessa mesma profissão. Digo "destruição" sem remorsos, dado que os envolvidos se sentem traídos no enorme esforço em tempo e dinheiro que fizeram ao longo dos anos, se sentem traídos na falta de reconhecimento profissional por parte dos órgãos de poder político (e não só), se sentem traídos pelo não reconhecimento da sua actividade dentro das instituições, se sentem traídos na natural necessidade de ambicionarem melhorar os seus padrões de vida e se sentem em muitos casos traídos pelos seus próprios pares.
Como se pode compreender que os enfermeiros portugueses sejam os únicos profissionais que não são remunerados de acordo com o seu nível académico? Alguém consegue responder a esta questão de forma lógica? E, sendo muitos deles Mestres e Doutorados nas melhores Universidades do País e em várias áreas da saúde, como se justifica não fazerem parte dos órgãos de decisão?
O preconceito histórico continua enraizado na cultura portuguesa face a esta profissão. As culturas institucionais de poder, por mero preconceito histórico, continuam de forma sustentada e intencional a querer subjugar estes profissionais sem se terem dado conta que tudo mudou e continuará a mudar à sua volta. Têm que conseguir destruir os seus "mitos" relativamente a esta profissão sob pena de ser continuar a perder uma importante base de trabalho no sector da saúde.
Em vez de procurarem considerar estes "players" como elementos úteis, capazes de fazer a diferença e funcionar como fortes aliados na definição de políticas de saúde mais eficientes e eficazes, estes mesmos órgãos de poder preferem, e em sentido radicalmente oposto, minimizar os elevados níveis de formação negligenciando de forma absurda tanta riqueza, que hoje a literatura define como "capital humano". Impensável numa sociedade que quer pertencer ao primeiro Mundo!
Infelizmente a proposta da actual Ministra da Saúde corrobora tudo o que acabei de escrever. Digamos que, perante o descrito, a proposta de Ana Jorge é, no mínimo, muito criticável. Razão pela qual, desta vez, estou do lado de quem tem todo o direito de se fazer ouvir perante tamanha afronta à dignidade e ao esforço destes profissionais. "

É de felicitar estas palavras... Nada mais comento!!!!

quarta-feira, 27 de janeiro de 2010

GREVE DOS ENFERMEIROS 27 28 e 29!!!!


Dia 29 de Janeiro 2010 um grande dia em todos os sentidos!!!!!!!!!! Lá estaremos todos juntos na MANIF!!!!!!!!!!!!!!!!

quarta-feira, 11 de março de 2009

Encontrar me...

Tento ouvir. Mas nada. Um silêncio rompe aqui no meu cantinho. Procuro um lugar. Procuro ter fé. Mas nada. Está tudo uma confusão. Não há ninguém que me procure? Não sei quem sou, mas tenho de estar sempre comigo. Quero tirar os meus pensamentos da cabeça. Não consigo. Queria sentir o pegar na minha mão. Ninguém. Procuro o mar. Talvez me ele me dê respostas. A brisa nada diz. Mostra-se silenciosa como sempre. Vou embora. Não tenho mais nada a fazer ali naquele lugar. Procuro um prado. Tento encontrar uma flor. Espero que a sua beleza me ilumine a aura. Mas todas as que vejo são feias. Ou pelo menos é a ideia que me dá. Talvez seja eu que me sinta "feia". Talvez não esteja bem da cabeça. Quando reparo, as horas já passaram. É noite. Uma noite fria e escura. Sinto-me perdida. Ainda mais do que estava antes. Porque antes ainda conseguia ver uma réstia do meu caminho. Mas agora é como se estivesse cega. Bonito, virei surda e cega. Apesar da escuridão continuo a caminhar. Quero-me encontrar. Tropeço. Sinto ter aberto uma ferida. Uma água salgada cai. É refrescante. De repente algo brilha. Uma simples gota faz brilhar a luz que tanto procurava. Uma simples gota ilumina o meu redor. Já sei onde estou. Só precisava de chorar. Só precisava de me sentir perdida. Estar assim fez-me encontrar-me. A alma foi limpa. O rosto se sentiu fresco. Nada a dizer...
Sinto-me: nem sei bem...

terça-feira, 3 de março de 2009

LA VIDA


A vida é um fruto instantaneo. Logo passa, como um cometa apressado. Não dá nem tempo de aprender muita coisa. Não dá nem tempo de nos profissionalizarmos. Tudo o que estudamos, tudo o que sabemos, se perde ante a soberania do tempo. Somos um bando de amadores.
O nosso tempo aqui na terra é miudinho, como um grão de areia que assiste o mar diante de uma praia deserta. Passamos logo. Passamos com a nossa arrogância. Com nossa petulância besta. Com nossa vaidade e cuidados com coisas desnecessárias. Complicamos tanto. Passamos com passos largos. Deixamos tudo. Nossas opiniões. Nossas críticas. Nossa sigla política. Nosso brazão familiar - isso se a sua familia tem o tal brazão. Nossos oculos, se é que tu que estas a ler usa. Nossos diplomas. Nossas futilidades. Nossos livros e filmes preferidos. Nossos ternos, se homem. Saias, vestidos e tops, se mulher. Nossa crença religiosa. Nosso ateísmo. Nossas dívidas. Nosso plano de um ano melhor. Nossa efêmera passagem neste mundo quando analizada no silêncio noturno nos fala fundo na alma. Perguntas e mais perguntas se amontoam quase pipocando nosso cortex com tantas setas e pontinhos de interrogação. Somos uma vela com uma pequena chama bailando ao vento. Um barco que vai partir. Um sopro a disposição do divino. Uma luz frágil feita de cristal finíssimo. Carne , ossos e sangue que se decompõem com o passar das eras. Somos pequenos e insuficientes diante da dinâmica da morte. Não sabemos o próximo minuto. O próximo minuto pode ser o minuto final. O resto de uma vida pode está no tique taquear dos últimos segundos. Somos plenamente limitados diante do tempo. E ele, o tempo, é um gigante que ruge desesperadamente. Implacável. Soberano. Ele nos faz deixar nossos jardins. Ele nos mostra aonde é o real lugar das flores. O tempo nos confere o terreno certo. Palmos de terra centimetros maior que o nosso corpo. Ali as flores ficam. Ali as flores murcham. Ali elas fenecem junto a inscrição do que um dia fomos - flores - no jardim passageiro do tempo.


Para finalizar um pensamento...


“A cada dia que vivo, mais me convenço de que o desperdício da vida está no amor que não damos, nas forças que não usamos, na prudência egoísta que nada arrisca, e que, esquivando-nos do sofrimento, perdemos também a felicidade.”

Carlos Drummond de Andrade